Boas vindas!

“Algumas pessoas acham que foco significa dizer sim para a coisa em que você vai se focar. Mas não é nada disso. Significa dizer não às centenas de outras boas ideias que existem. Você precisa selecionar cuidadosamente.”

Steve Jobs, em 2008, para a revista Fortune.


domingo, 14 de abril de 2013

Projeto Leitura



Autor: Profª Jacira Monteiro Alves

PROJETO DE LEITURA LER E RETEXTUALIZAR
CONCEPÇÃO ARTE TRIANGULAR- ANA MAE
Público-alvo: Ensino Fundamental I,II,Médio,EJA

INTRODUÇÃO
No contexto sócio-cultural no qual a escola esta localizada, não há muitos artifícios que possa incentivar os alunos ao hábito constante da leitura devido à condição social que os rodeiam. As famílias necessitam se ausentar de suas proles para trabalhar e dar o seu sustento material e sendo assim com o tempo escasso na presença de seus filhos e pela baixa cultura dessa comunidade,infere-se que não há uma contribuição no incentivo a uma leitura de qualidade e apropriado a essas crianças.
Em conformidade com essa defasagem percebe-se a necessidade de promover um projeto continuo de promoção e o incentivo a leitura que parte desde a produção de um simples marcador de páginas, o conhecimento do material externo do livro, que vai auxiliar no desenvolvimento da psicomotricidade, pois ao manuseá-lo, a criança estará mexendo com a coordenação, percepção visual, auditiva e motora e com o conhecimento do mundo por meio das leituras que serão realizadas posteriormente, e assim obter o desejo de ler e se apropriar do conteúdo interior desse livro de modo continuo.
Corroborando com essas possibilidades, a aproximação com a leitura, será constante e estará sempre presente nas vidas desses alunos e quiçá, o interesse seja espontâneo, mas para isso acontecer, há a necessidade de um trabalho constante da coletividade educacional da escola.
As histórias estão presentes em nossa cultura há muito tempo e o hábito de contá-las e ouvi-las tem inúmeros significados. Está relacionado ao cuidado afetivo, à construção da identidade, ao desenvolvimento da imaginação, à capacidade de ouvir o outro e à de se expressar. Além disso, a leitura aproxima a criança do universo letrado e colabora para a democratização de um de nossos mais valiosos patrimônios culturais: a escrita.
Por isso, é importante favorecermos a familiaridade das crianças com a leitura de vários gêneros e a ampliação de seu repertório. Isso só é possível por meio do contato regular das crianças com os livros desde cedo e de sua participação freqüente em situações diversas de conto e leitura. Sabe-se que os professores são os principais agentes na promoção dessa prática pedagógica – e a escola, o principal espaço para isso.
No momento atual, a tônica no ensino de língua portuguesa e outros conhecimentos estão no texto. Mas muitas pessoas ainda desconhecem os estudos que têm sido feitos nas áreas da psicolingüística e da lingüística textual ou conhecem, porém não tem ainda muito claro como colocá-los em prática em sala de aula.
   Ressalta-se, porém, que este trabalho só traz idéias básicas de incentivo a leitura, não eximindo a leitura das obras originais consultadas. Pelo contrário, espera-se que essas idéias trazidas sirvam de estímulo para a busca às fontes.
De modo algum não há receitas prontas, mas esse projeto serve como uma espécie de "pontapé inicial" para trabalhos com leitura de diversos gêneros textuais em sala de aula.
O ato de ler é um processo abrangente e complexo; é um processo de compreensão, de entender o mundo a partir de uma característica particular ao homem: sua capacidade de interação com o outro por meio das palavras, que por sua vez estão sempre submetidas a um contexto.
Desta forma a recepção de um texto nunca poderá ser entendida como um ato passivo, pois quem escreve o faz pressupondo o outro. Desta forma, a interação leitor-texto se faz presente desde o início de sua construção. Souza (1992) afirma: “Leitura é, basicamente, o ato de perceber e atribuir significados através de uma conjunção de fatores pessoais com o momento e o lugar, com as circunstâncias”. Ler é interpretar uma percepção sob as influências de um determinado contexto.
 Esse processo leva o indivíduo a uma compreensão particular da realidade “(p. 22)”. Vislumbra-se em Freire (1989) este olhar sobre leitura quando nos diz que a "leitura do mundo" precede a leitura da palavra, ou seja, a compreensão do texto se dá a partir de uma leitura crítica, percebendo a relação entre o texto e o contexto.
Dessa forma, um leitor crítico não é apenas um decifrador de sinais, mas sim aquele que se coloca como co-enunciador, travando um diálogo com o escritor, sendo capaz de construir o universo textual e produtivo na medida em que refaz o percurso do autor, instituindo-se como sujeito do processo de ler.
Nesta concepção de leitura onde o leitor dialoga com o autor, a leitura torna-se uma atividade social de alcance político.
 Ao permitir a interação entre os indivíduos, a leitura não pode ser compreendida apenas como a decodificação de símbolos gráficos, mas sim como a leitura do mundo, que deve ser constituída de sujeitos capazes de compreender o mundo e nele atuar como cidadãos.
Objetivos
Despertar nos alunos interesse em leitura, em decodificar e compreender textos, com intuito de provocar um pensamento crítico da realidade e assumir uma posição perante estes textos e ter as noções da ortografia, pontuação e a percepção da gramática no geral e o principal o conhecimento de mundo por meio das leituras diversificadas.
Trabalhar com a leitura individual e com a leitura em grupo. Auxiliar na compreensão do tema variado, reproduzindo-os em teatros humanos, fantoches entre outras apresentações artísticas.
 Familiarizá-las com as histórias e diversos gêneros literários. Fazer com que construam o hábito de ouvir histórias e de sentir prazer nas situações que envolvem a leitura de histórias, dentre outras possibilidade de leitura.
 Aproximá-las do universo escrito e dos portadores de escrita (livros e revistas) para que elas possam manuseá-los, reparar na beleza das imagens, relacionarem texto e ilustração, manifestar sentimentos, experiências, idéias e opiniões, definindo preferências e construindo critérios próprios para selecionar o que vão ler.
Proporcionar situações de leitura compartilhada e uso da biblioteca da classe ou da escola. Incentivá-los a compartilhar informações prévias e relevantes com os alunos sobre o que será lido para o melhor entendimento do texto.
Fazer com que permitam que os alunos apreciem e tenham acesso aos livros em diferentes momentos da rotina, tanto nas rodas de leitura quanto no cantinho da leitura.
Fazer com que exponham preferências pessoais com o intuito de ampliar a possibilidade de as crianças avaliarem as histórias. Instigá-los a compartilhar suas impressões sobre as histórias lidas e a favorecer a manifestação dos alunos, incentivando-os a opinar sobre as histórias ouvidas e a manifestar sentimentos e idéias.
Recursos
Interpretação de textos variados (contos, charges, manchetes de jornal, literatura infanto-juvenil)
Cópias dos textos para cada aluno.
A imaginação para reproduzir a falas das personagens.
Ferramentas para confecção das roupas para os personagens, EVA, TNT e outros materiais necessários para cada apresentação, atividades que partilharam o movimento da motricidade do aluno.
O uso das tecnologias, como filmes contextualizando as obras literárias que são de fácil assimilação e aprendizagem cognitiva, para depois o acesso a leitura do mesmo.
Sempre que possível proporcionar as crianças encontros com autores  de algumas obras lidas e assim a participação desses eventos pode incentivar cada vez mais  o cotidiano a leituras.
Plano de ação
Proporcionar antes da leitura um ambiente aconchegante, limpo, e colorido, para que as crianças sintam-se acolhidos e respeitados e isso pode ser realizado com enfeites na sala de aula com personagens, ou um mural com enfeites que colaboraram com a leitura posterior
 Alocar as carteiras da sala em círculo, para que na hora da leitura, eles possam perceber o comportamento de cada individuo na hora da descoberta literária e a possível viagem imaginária com a realização da leitura.
Explicar aos alunos o valor da leitura de cada texto, fazendo uma apresentação prévia do tema, a saber, o valor histórico, a sociedade daquela época, vestuário, religião local entre outros conhecimentos que podem ser retirados da leitura, para que haja uma compreensão prévia da leitura a ser realizada.
Leitura silenciosa, para entrar em contato com as palavras e as regras gramaticais que nela estão inseridas.
Leitura pela professora apontando pausadamente cada pontuação ortográfica; para aprender a realização dos usos da gramática e a assimilação do conteúdo textual.
Debates sobre os apontamentos da leitura levantando as hipóteses do texto; expondo argumentos críticos e colaborando com o desenvolvimento da oralidade com valor da criticidade.
Reconhecendo os personagens e a intertextualidade inserida no texto; fazendo remissões a outras leituras realizadas anteriormente.
Readaptação do texto lido e comentado para apresentação teatral  com personagens ou fantoches;fazendo de um modo prazeroso a realização da escrita.
Ensaiar quantas vezes for necessário; para que haja um domínio mais eficaz na coordenação e o domínio das inteligências múltiplas.
Montar o cenário e o vestuário dos personagens; articulando e contextualizando com outras áreas do conhecimento.
Escolher o narrador, incentivando a oralidade do aluno.
Finalizar com apresentação para sala/escola/pais e comunidade escolar.
Trabalhar a coletividade, autonomia, a solidariedade, cooperação e o juízo de valor, a exemplo do respeito.
Dar continuidade com Desenvolvimentos de outros  temas em forma de dinâmicas de grupo, oficinas culturais, palestra com profissionais qualificados correspondente a cada tema, fazendo uma contextualização da aprendizagem da leitura com a prática da mesma e campanhas que despertam a consciência da comunidade e dos jovens que a leitura é essencial para se obter um aprendizado de qualidade e  significações
Assim formando para o futuro cidadãos mais esclarecido quanto aos seus direitos e deveres.
Desenvolvimento
Por meio de círculos de leitura e de técnicas teatrais, serão trabalhados os clássicos da literatura infanto-juvenil, poesias, lendas e folclore da nossa cultura.
Constroem-se com os alunos esquetes teatrais e os mesmos encenam e recitam poesias na escola da criança e se houver possibilidade para comunidade de um modo geral, visando com esse trabalho, formar multiplicadores que vem despertando o interesse pela leitura em outras crianças e jovens.
Conquistando com a leitura, interpretação de texto, coordenação do pensamento. Dicção; Expressão corporal; Alongamentos; Tempo ritmo de fala; Tempo ritmo no movimento; Exercícios e jogos de dramatização; Entonações e pausas; Subtexto, circunstâncias propostas. Marcação, memorizar texto e aprendendo a existir e fazer a diferença em um mundo totalmente globalizado pelas diferenças e preconceitos.
Avaliação
Identificar a participação dos alunos, o envolvimento, e observar o processo de leitura (decodificação e compreensão) e retextualização e adaptação da leitura realizada em peça teatral.
Resultados que podem ser obtidos por meio da coletividade e interação
Aumento da concentração e atenção a cada encontro com a leitura. A sugestão incidiu na leitura por prazer pelo fato de ser apresentada desvinculada de outras atividades escolares (como desenhos, colagens. no contexto da interdisciplinaridade )
Ampliação do repertório literário por meio da leitura cotidiana- realizada pelos professores e ate mesmo dos empréstimos de livros, junto a biblioteca da escola, a qual possui um acervo imenso e diversificados de gêneros literários.                   Os alunos passam a solicitar obras de seus autores preferidos ou coleções específicas; Aumento da freqüência e diversidade do repertório de histórias indicadas como suas favoritas;
   Envolvimento e gosto pela leitura, proporcionando que livros mais extensos fossem lidos por capítulos. Ampliação da qualidade e diversidade dos comentários sobre os livros;
 Elaboração de pensamentos crítico em relação às histórias contadas, para eleição dos livros prediletos e argumentação com os colegas;
Sensibilidade diante das singularidades de cada livro, como autores, ilustradores e gêneros literários, entre outros;
Leitura ou contação de histórias, a partir da observação das imagens e da lembrança do que haviam escutado acompanhados pelos colegas ou sozinhos;
               Manuseio dos livros presentes no canto da leitura;
Articulação do texto com a imagem, apreciação das ilustrações, socialização de sentimentos e percepções a partir do texto;
Solicitação ao professor de contação ou recontação de histórias;
Ocorrência de assuntos ligados às histórias em outros contextos como no jogo simbólico, na roda de conversa e também em contextos não escolares, como em conversa com os pais;
Convite a conhecer e contextualizar muito mais o universo letrado e formas lingüísticas de expressão e evidências de marcas e expressões da linguagem escrita no discurso oral de cada criança, que assimilaram um grande vocabulário de léxico em suas conversas e futuras produções textuais.
Tendo como preocupação o modo como se aprende (relação entre o fazer artístico, a leitura deste, fazer e sua inserção no tempo) e principalmente a interação, aluno/ professor.
Relatório ou Portfólios ou atividade qualitativa por meio da observação durante a realização das atividades.





















REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABAURRE, M. B. e outros. Leitura e escrita na vida e na escola. Em: Leitura - teoria e prática, ano 4, no 6, dez/1985, pp. 15-26.

BAMBERGER, Richard. Como incentivar o hábito de leitura. 4 ed. São Paulo: Ática, 1988

BARBOSA, Ana Mae. A imagem no ensino da arte: anos oitenta e novos tempos São Paulo: Perspectiva: Porto Alegre: Fundação IOCHPE, 1991.

_________ , Arte-educação: conflitos/acertos. São Paulo: Max Limonad, 1985.

_________ , (org.) Arte-educação: leitura no subsolo. São Paulo: Cortez, 1999.

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler em três artigos que se completam. 23ª. ed. São Paulo: Autores Associados: Cortez, 1989.

SILVA, Ezequiel Theodoro da. Leitura & Realidade Brasileira. 2 ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1985.

SOUZA, Renata Junqueira de. Narrativas Infantis: a literatura e a televisão de que as crianças gostam. Bauru: USC, 1992.

ZILBERMAN, Regina. A literatura infantil na escola. 11. ed. São Paulo: