Autor: Profª Jacira Monteiro Alves
PROJETO DE LEITURA LER E
RETEXTUALIZAR
CONCEPÇÃO ARTE TRIANGULAR-
ANA MAE
Público-alvo:
Ensino Fundamental I,II,Médio,EJA
INTRODUÇÃO
No contexto sócio-cultural
no qual a escola esta localizada, não há muitos artifícios que possa incentivar
os alunos ao hábito constante da leitura devido à condição social que os rodeiam.
As famílias necessitam se ausentar de suas proles para trabalhar e dar o seu
sustento material e sendo assim com o tempo escasso na presença de seus filhos
e pela baixa cultura dessa comunidade,infere-se que não há uma contribuição no
incentivo a uma leitura de qualidade e apropriado a essas crianças.
Em conformidade com essa
defasagem percebe-se a necessidade de promover um projeto continuo de promoção
e o incentivo a leitura que parte desde a produção de um simples marcador de
páginas, o conhecimento do material externo do livro, que vai auxiliar no
desenvolvimento da psicomotricidade, pois ao manuseá-lo, a criança estará
mexendo com a coordenação, percepção visual, auditiva e motora e com o
conhecimento do mundo por meio das leituras que serão realizadas posteriormente,
e assim obter o desejo de ler e se apropriar do conteúdo interior desse livro
de modo continuo.
Corroborando
com essas possibilidades, a aproximação com a leitura, será constante e estará
sempre presente nas vidas desses alunos e quiçá, o interesse seja espontâneo, mas
para isso acontecer, há a necessidade de um trabalho constante da coletividade
educacional da escola.
As histórias estão presentes
em nossa cultura há muito tempo e o hábito de contá-las e ouvi-las tem inúmeros
significados. Está relacionado ao cuidado afetivo, à construção da identidade,
ao desenvolvimento da imaginação, à capacidade de ouvir o outro e à de se
expressar. Além disso, a leitura aproxima a criança do universo letrado e
colabora para a democratização de um de nossos mais valiosos patrimônios
culturais: a escrita.
Por isso, é importante
favorecermos a familiaridade das crianças com a leitura de vários gêneros e a
ampliação de seu repertório. Isso só é possível por meio do contato regular das
crianças com os livros desde cedo e de sua participação freqüente em situações
diversas de conto e leitura. Sabe-se que os professores são os principais
agentes na promoção dessa prática pedagógica – e a escola, o principal espaço
para isso.
No momento
atual, a tônica no ensino de língua portuguesa e outros conhecimentos estão no
texto. Mas muitas pessoas ainda desconhecem os estudos que têm sido feitos nas
áreas da psicolingüística e da lingüística textual ou conhecem, porém não tem
ainda muito claro como colocá-los em prática em sala de aula.
Ressalta-se, porém, que este trabalho só
traz idéias básicas de incentivo a leitura, não eximindo a leitura das obras
originais consultadas. Pelo contrário, espera-se que essas idéias trazidas
sirvam de estímulo para a busca às fontes.
De modo algum
não há receitas prontas, mas esse projeto serve como uma espécie de
"pontapé inicial" para trabalhos com leitura de diversos gêneros
textuais em sala de aula.
O ato de ler é
um processo abrangente e complexo; é um processo de compreensão, de entender o
mundo a partir de uma característica particular ao homem: sua capacidade de
interação com o outro por meio das palavras, que por sua vez estão sempre
submetidas a um contexto.
Desta forma a
recepção de um texto nunca poderá ser entendida como um ato passivo, pois quem
escreve o faz pressupondo o outro. Desta forma, a interação leitor-texto se faz
presente desde o início de sua construção. Souza (1992) afirma: “Leitura é,
basicamente, o ato de perceber e atribuir significados através de uma conjunção
de fatores pessoais com o momento e o lugar, com as circunstâncias”. Ler é
interpretar uma percepção sob as influências de um determinado contexto.
Esse processo leva o indivíduo a uma
compreensão particular da realidade “(p. 22)”. Vislumbra-se em Freire (1989)
este olhar sobre leitura quando nos diz que a "leitura do mundo"
precede a leitura da palavra, ou seja, a compreensão do texto se dá a partir de
uma leitura crítica, percebendo a relação entre o texto e o contexto.
Dessa forma,
um leitor crítico não é apenas um decifrador de sinais, mas sim aquele que se
coloca como co-enunciador, travando um diálogo com o escritor, sendo capaz de
construir o universo textual e produtivo na medida em que refaz o percurso do
autor, instituindo-se como sujeito do processo de ler.
Nesta
concepção de leitura onde o leitor dialoga com o autor, a leitura torna-se uma
atividade social de alcance político.
Ao permitir a interação entre os indivíduos, a
leitura não pode ser compreendida apenas como a decodificação de símbolos
gráficos, mas sim como a leitura do mundo, que deve ser constituída de sujeitos
capazes de compreender o mundo e nele atuar como cidadãos.
Objetivos
Despertar nos alunos
interesse em leitura, em decodificar e compreender textos, com intuito de
provocar um pensamento crítico da realidade e assumir uma posição perante estes
textos e ter as noções da ortografia, pontuação e a percepção da gramática no geral
e o principal o conhecimento de mundo por meio das leituras diversificadas.
Trabalhar com a leitura
individual e com a leitura em grupo. Auxiliar na compreensão do tema variado,
reproduzindo-os em teatros humanos, fantoches entre outras apresentações
artísticas.
Familiarizá-las com as histórias e diversos
gêneros literários. Fazer com que construam o hábito de ouvir histórias e de
sentir prazer nas situações que envolvem a leitura de histórias, dentre outras
possibilidade de leitura.
Aproximá-las do universo escrito e dos
portadores de escrita (livros e revistas) para que elas possam manuseá-los,
reparar na beleza das imagens, relacionarem texto e ilustração, manifestar
sentimentos, experiências, idéias e opiniões, definindo preferências e
construindo critérios próprios para selecionar o que vão ler.
Proporcionar situações de
leitura compartilhada e uso da biblioteca da classe ou da escola. Incentivá-los
a compartilhar informações prévias e relevantes com os alunos sobre o que será
lido para o melhor entendimento do texto.
Fazer com que permitam que
os alunos apreciem e tenham acesso aos livros em diferentes momentos da rotina,
tanto nas rodas de leitura quanto no cantinho da leitura.
Fazer com que exponham
preferências pessoais com o intuito de ampliar a possibilidade de as crianças
avaliarem as histórias. Instigá-los a compartilhar suas impressões sobre as
histórias lidas e a favorecer a manifestação dos alunos, incentivando-os a
opinar sobre as histórias ouvidas e a manifestar sentimentos e idéias.
Recursos
Interpretação de textos
variados (contos, charges, manchetes de jornal, literatura infanto-juvenil)
Cópias dos textos para
cada aluno.
A imaginação para
reproduzir a falas das personagens.
Ferramentas para confecção
das roupas para os personagens, EVA, TNT e outros materiais necessários para
cada apresentação, atividades que partilharam o movimento da motricidade do
aluno.
O uso das tecnologias,
como filmes contextualizando as obras literárias que são de fácil assimilação e
aprendizagem cognitiva, para depois o acesso a leitura do mesmo.
Sempre que possível
proporcionar as crianças encontros com autores
de algumas obras lidas e assim a participação desses eventos pode
incentivar cada vez mais o cotidiano a
leituras.
Plano de ação
Proporcionar antes da
leitura um ambiente aconchegante, limpo, e colorido, para que as crianças
sintam-se acolhidos e respeitados e isso pode ser realizado com enfeites na
sala de aula com personagens, ou um mural com enfeites que colaboraram com a
leitura posterior
Alocar as carteiras da sala em círculo, para
que na hora da leitura, eles possam perceber o comportamento de cada individuo
na hora da descoberta literária e a possível viagem imaginária com a realização
da leitura.
Explicar aos alunos o
valor da leitura de cada texto, fazendo uma apresentação prévia do tema, a
saber, o valor histórico, a sociedade daquela época, vestuário, religião local
entre outros conhecimentos que podem ser retirados da leitura, para que haja
uma compreensão prévia da leitura a ser realizada.
Leitura silenciosa, para
entrar em contato com as palavras e as regras gramaticais que nela estão
inseridas.
Leitura pela professora
apontando pausadamente cada pontuação ortográfica; para aprender a realização
dos usos da gramática e a assimilação do conteúdo textual.
Debates sobre os
apontamentos da leitura levantando as hipóteses do texto; expondo argumentos
críticos e colaborando com o desenvolvimento da oralidade com valor da
criticidade.
Reconhecendo os
personagens e a intertextualidade inserida no texto; fazendo remissões a outras
leituras realizadas anteriormente.
Readaptação do texto lido
e comentado para apresentação teatral
com personagens ou fantoches;fazendo de um modo prazeroso a realização
da escrita.
Ensaiar quantas vezes for necessário;
para que haja um domínio mais eficaz na coordenação e o domínio das
inteligências múltiplas.
Montar o cenário e o
vestuário dos personagens; articulando e contextualizando com outras áreas do
conhecimento.
Escolher o narrador, incentivando
a oralidade do aluno.
Finalizar com apresentação
para sala/escola/pais e comunidade escolar.
Trabalhar a coletividade,
autonomia, a solidariedade, cooperação e o juízo de valor, a exemplo do
respeito.
Dar continuidade com
Desenvolvimentos de outros temas em
forma de dinâmicas de grupo, oficinas culturais, palestra com profissionais
qualificados correspondente a cada tema, fazendo uma contextualização da
aprendizagem da leitura com a prática da mesma e campanhas que despertam a
consciência da comunidade e dos jovens que a leitura é essencial para se obter
um aprendizado de qualidade e
significações
Assim formando para o
futuro cidadãos mais esclarecido quanto aos seus direitos e deveres.
Desenvolvimento
Por meio de círculos de
leitura e de técnicas teatrais, serão trabalhados os clássicos da literatura
infanto-juvenil, poesias, lendas e folclore da nossa cultura.
Constroem-se com os alunos
esquetes teatrais e os mesmos encenam e recitam poesias na escola da criança e
se houver possibilidade para comunidade de um modo geral, visando com esse
trabalho, formar multiplicadores que vem despertando o interesse pela leitura
em outras crianças e jovens.
Conquistando com a leitura,
interpretação de texto, coordenação do pensamento. Dicção; Expressão corporal;
Alongamentos; Tempo ritmo de fala; Tempo ritmo no movimento; Exercícios e jogos
de dramatização; Entonações e pausas; Subtexto, circunstâncias propostas.
Marcação, memorizar texto e aprendendo a existir e fazer a diferença em um
mundo totalmente globalizado pelas diferenças e preconceitos.
Avaliação
Identificar a participação dos alunos, o
envolvimento, e observar o processo de leitura (decodificação e compreensão) e
retextualização e adaptação da leitura realizada em peça teatral.
Resultados que podem ser
obtidos por meio da coletividade e interação
Aumento da concentração e
atenção a cada encontro com a leitura. A sugestão incidiu na leitura por prazer
pelo fato de ser apresentada desvinculada de outras atividades escolares (como
desenhos, colagens. no contexto da interdisciplinaridade )
Ampliação do repertório
literário por meio da leitura cotidiana- realizada pelos professores e ate
mesmo dos empréstimos de livros, junto a biblioteca da escola, a qual possui um
acervo imenso e diversificados de gêneros literários. Os alunos passam a solicitar obras
de seus autores preferidos ou coleções específicas; Aumento da freqüência e
diversidade do repertório de histórias indicadas como suas favoritas;
Envolvimento e gosto pela leitura,
proporcionando que livros mais extensos fossem lidos por capítulos. Ampliação
da qualidade e diversidade dos comentários sobre os livros;
Elaboração de pensamentos crítico em relação
às histórias contadas, para eleição dos livros prediletos e argumentação com os
colegas;
Sensibilidade diante das
singularidades de cada livro, como autores, ilustradores e gêneros literários,
entre outros;
Leitura ou contação de
histórias, a partir da observação das imagens e da lembrança do que haviam escutado
acompanhados pelos colegas ou sozinhos;
Manuseio dos livros presentes no canto da leitura;
Manuseio dos livros presentes no canto da leitura;
Articulação do texto com a
imagem, apreciação das ilustrações, socialização de sentimentos e percepções a
partir do texto;
Solicitação ao professor
de contação ou recontação de histórias;
Ocorrência de assuntos
ligados às histórias em outros contextos como no jogo simbólico, na roda de
conversa e também em contextos não escolares, como em conversa com os pais;
Convite a conhecer e
contextualizar muito mais o universo letrado e formas lingüísticas de expressão
e evidências de marcas e expressões da linguagem escrita no discurso oral de
cada criança, que assimilaram um grande vocabulário de léxico em suas conversas
e futuras produções textuais.
Tendo como preocupação o
modo como se aprende (relação entre o fazer artístico, a leitura deste, fazer e
sua inserção no tempo) e principalmente a interação, aluno/ professor.
Relatório ou Portfólios ou
atividade qualitativa por meio da observação durante a realização das
atividades.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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escrita na vida e na escola. Em: Leitura - teoria e prática, ano 4, no
6, dez/1985, pp. 15-26.
BAMBERGER, Richard. Como incentivar
o hábito de leitura. 4 ed. São Paulo: Ática, 1988
BARBOSA, Ana Mae. A imagem no ensino da arte: anos oitenta e
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_________ , Arte-educação: conflitos/acertos. São
Paulo: Max Limonad, 1985.
_________ , (org.) Arte-educação: leitura no subsolo.
São Paulo: Cortez, 1999.
FREIRE,
Paulo. A importância do ato de ler em três artigos que se completam. 23ª.
ed. São Paulo: Autores Associados: Cortez, 1989.
SILVA, Ezequiel Theodoro da. Leitura & Realidade Brasileira. 2 ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1985.
SOUZA, Renata Junqueira de. Narrativas
Infantis: a literatura e a televisão de que as crianças gostam. Bauru: USC,
1992.
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